4° CURSO DE FORMAÇÃO DE ESPELEÓLOGOS NÍVEL I – PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM ESPELEOLOGIA – SÃO PAULO

O Programa de Capacitação em Espeleologia, promovido pela eBRe e direcionado aos membros ativos dos grupos de espeleologia regionais, teve sua quarta atividade prática de sua segunda etapa, o Curso de Formação de Espeleólogo Nível I (Curso Básico de Espeleologia), realizada no dia 06 de fevereiro de 2022.

Esta atividade foi voltada aos inscritos concentrados próximos a região de São Paulo (SP).

Para os inscritos concentrados próximos a região de Brasília (DF), as atividades práticas ocorreram no dia 16 de janeiro de 2022 em Cocalzinho de Goiás (GO) na Gruta dos Ecos (GO-18).

Já, para aqueles inscritos concentrados próximos a Belo Horizonte (MG), foram realizadas duas saídas de campo, a fim de dividir o número de participantes por atividade, que ocorreram nos dia 29 e 30 de janeiro de 2022 em Lagoa Santa (MG), e percorreram um circuito nas grutas Túneis (MG-509), Pacas (MG-297) e Helictites (MG-180).

A atividade prática do dia 06 de fevereiro foi realizada na Gruta do Morro Preto I (SP-21) e na Caverna Morro do Couto (SP-20), no município de Iporanga (SP), a cerca de 326 km de São Paulo (SP), 776 km do Rio de Janeiro (RJ) e 203 km de Curitiba (PR).

Participantes da etapa prática do 4° Curso de Formação de Espeleólogos Nível I no Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (PETAR), Núcleo Santana, logo após o briefing de organização da saída, conferência de materiais e recordação dos pontos de segurança. Foto: Mauro de Oliveira Neto.

Estas grutas se localizam no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), abrigo da maior área contínua de Mata Atlântica, de centenas de cavernas e de comunidades tradicionais brasileiras.

É uma das mais importantes unidades de conservação não só do Brasil, mas também do mundo, sendo reconhecido pela Organização das Nações Unidas pela Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como um Patrimônio da Humanidade.

A Gruta do Morro Preto I (SP-21) e a Caverna Morro do Couto (SP-20) foram descritas em 1908 pelo naturalista alemão Ricardo Krone.

Suas primeiras topografias foram realizadas em 1964, por Michel Le Bret e Lourival de Campos Novo, para, já na década de 90, serem retopografadas por membros do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc/USP) e do Grupo Pierre Martin de Espeleologia (GPME), e, finalmente, terem seus mapas consolidados por membros do Grupo da Geo de Espeleologia da USP (GGeo), quando foi elaborado o Plano de Manejo do PETAR.

Ambas as cavernas são geossítios de relevância nacional e constituem, na verdade, um único sistema cárstico desenvolvido nas rochas carbonáticas e metamórficas da região. Na oportunidade, foi realizada a Travessia Morro Preto-Couto, a partir do Núcleo de Visitação Santana.

Esta atividade contou com a participação de membros dos grupos de espeleologia: Espeleo Grupo Japi (EGJ), Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná (GEEP-Açungui), EspeleoRio, Sociedade Carioca de Pesquisas Espeleológicas (SPEC), Espeleogrupo de Brasília (EGB), Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE) e Espeleo Grupo Teju Jaguá (EGTJ), além da participação de dois membros do Clube de Espeleologia Manduri (CEM), o grupo de espeleologia local.

Durante as atividades, foram abordados os assuntos discutidos durante as aulas teóricas, em especial guiados pelas espeleólogas membros da eBRe Mariana Timo e Teresa de Aragão, além das demais discussões promovidas pelos participantes.

Aproveitando a reunião atípica de espeleólogos durante a pandemia, novamente os participantes organizaram uma manifestação em repúdio ao Decreto Federal nº 10.935/2022, que ameaça a proteção do Patrimônio Espeleológico Brasileiro.

Manifestação contra o Decreto Federal nº 10.935/2022 realizada pelos participantes da Travessia Morro Preto-Couto. Foto: Mauro de Oliveira Neto.

A atividade contou ainda com a ajuda da Seção de Espeleorresgate (SER/SBE), que se manteve em sobreaviso durante sua realização.

Visto que muitos inscritos não puderam comparecer às atividades presenciais, mas pretendem continuar o Programa de Capacitação em Espeleologia, são previstos novos campos para as regiões de Brasília (DF) e de Minas Gerais (regiões com maior concentração de interessados e de acesso facilitado).

Além disso, a pedido de alguns grupos participantes, foi aberta a possibilidade da inscrição de novos membros de grupos de espeleologia regionais que se interessam em participar do Programa de Capacitação em Espeleologia.

Contudo, os mesmos deverão cumprir o cronograma do Curso de Formação de Espeleólogo Nível I (Curso Básico de Espeleologia), inclusive participando dessa nova rodada de aulas práticas, para ser possível sua continuidade nas demais etapas do Programa.