MULHERES E MENINAS NA CIÊNCIA ESPELEOLÓGICA

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído em 2015 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), integra o calendário de eventos anuais desta fundação desde 2019, sendo comemorado no dia 11 de fevereiro.

Este evento é realizado anualmente em diversos países, e pretende promover atividades que visam dar visibilidade aos papéis e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.

Pensando em valorizar o importante trabalho que mulheres e meninas brasileiras tem desenvolvido na pesquisa científica e tecnológica na área da Espeleologia, o grupo chamado Caverneiras Brasil, em parceria com a Escola Brasileira de Espeleologia (eBRe), organizaram uma sequência de lives para a promoção de bate-papos entre mulheres notáveis na espeleologia brasileira, a fim de delinear aspectos da história e da atuação das mulheres na Ciência Espeleológica Brasileira.

Maciço da Lapa Vermelha, APA Carste Lagoa Santa, Pedro Leopoldo (MG). Complexo espeleológico, arqueológico e paleontológico onde foram encontrados os fragmentos do esqueleto de Luzia, o fóssil de hominídeo mais antigo conhecido das Américas. Foto: Fred Lott.

A primeira live, realizada no dia 12 de fevereiro entre as 14 h e as 16 h, foi transmitida pelo canal do YouTube do Museu das Minas e do Metal (MMGerdau).

Nesta live, as caverneiras Eleciania Tavares (Guano Espeleo) e Jussara Diniz (OGrEE) conduziram a abertura e encerramento do evento, que foi mediado pela caverneira Elizandra Gomid (EGRIC).

O quadro “O Gotejamento: História das Mulheres na Espeleologia” foi conduzido pelas caverneiras Maryanne Normitta (Guano Espeleo) e Brenda Almeida (GEM), que fizeram uma retrospectiva sobre registros da participação de mulheres nos primórdios da história da espeleologia brasileira.

O quadro “Salão das Raridades“ promoveu uma mesa redonda entre espeleólogas pioneiras do Brasil, contando com convidadas como Eleonora Trajano, Georgete Dutra e Linda Gentry. Este foi um momento incrível de troca e de reconhecimento do grande esforço imprimido para instituir a espeleolologia no Brasil enquanto ciência, atrelado ao relato da trajetória destas espeleólogas.

Acima, da esquerda para a direita: Eleciania Tavares, Maryanne Normitta, Brenda Almeida, Elizandra Gomid. Abaixo: Jussara Diniz, Eleonora Trajano, Linda Gentry e Georgete Dutra.

A segunda live, realizada no dia 19 de fevereiro entre as 14 h e as 16 h, foi transmitida pelo canal do YouTube da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE).

A abertura e encerramento deste segundo evento foi conduzido pelas caverneiras Eleciania Tavares (Guano Espeleo) e Débora Almeida (OGrEE) e a mediação foi de Laís Massuqueto (GUPE).

O bloco “Espeleóloga Cientista Sim!“ contou com a participação da caverneira Bárbara Zambelli (SEE), a qual fez uma apresentação incrível sobre sua trajetória na ciência e na espeleologia.

Já no bloco “Salão de Helictites“, promoveu uma mesa redonda entre as caverneiras Brenda Almeida (GEM), Carla Pereira (Guano Espeleo/eBRe) e Christiane Donato (Espeleonordeste/eBRe), cientistas atuantes na espeleologia brasileira, em que cada qual compartilhou as angústias e dificuldades, assim como sua força e determinação para alcançar seus objetivos e conquistar seu crescimento intelectual, científico e profissional.

Acima, da esquerda para a direita: Eleciania Tavares, Débora Almeida, Brenda Almeida e Carla Pereira. Abaixo: Bárbara Zambelli, Christiane Donato e Laís Massuqueto.

A terceira live, realizada no dia 05 de março entre as 14 h e as 16 h, foi transmitida pelo canal do YouTube da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE).

Para a realização deste evento, as caverneiras Brenda Almeida (GEM) e Débora Almeida (OGrEE) conduziram a abertura e encerramento, e Tereza Raquel (SEA) realizou a mediação.

O quadro “Reflexões sobre o papel histórico da mulher na Espeleologia e o despertar das meninas para as Ciências“ foi conduzido pela caverneira Rosângela Oliveira (GESMAR), que apresentou sua trajetória na ciência e sua incrível atuação para o despertar do interesse de meninas para as ciências.

O bloco “Salão de Pérolas: Mulheres, Ciência e(m) Movimento(s)“ contou com a participação das caverneiras Elizandra Gomig (EGRIC), Eleciania Tavares (Guano Espeleo) e Mariana Timo (eBRe), que mostraram suas importantes atuações em diferentes frentes de grupos de trabalho. Cada qual com suas realidades e desafios, mas todas com um mesmo objetivo: a divulgação e proteção do patrimônio espeleológico.

Acima, da esquerda para a direita: Débora Almeida, Brenda Almeida, Tereza Raquel e Elizandra Gomid. Abaixo: Rosângela Oliveira, Mariana Timo e Eleciania Tavares.

A última rodada de lives, realizada no dia 12 de março entre as 14 h e as 16 h, foi transmitida pelo canal do YouTube da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE).

Com enfoque na atuação das mulheres na área da espeleobiologia, a abertura e encerramento foram conduzidos por Eleciania Tavares (Guano Espeleo), Tereza Raquel (SEA) e Mariana Timo (eBRe), sendo esta última também a mediadora desta live.

Com um único quadro intitulado “Mulheres e Meninas na Ciência: Espeleobiologia“, que foi iniciado por uma apresentação de Maria Elina Bichuette (IBES-UFSCAR/eBRe), compartilhando suas experiências e as atuações de mulheres na construção da espeleobiologia brasileira. As bioespeleólogas Jéssica Gallo (IBES-UFSCAR) e Lígia Dornellas (Carste) entraram neste “Salão de Pérolas“, então, complementando esta roda de conversa com discussões sobre as realidades de mulheres que vivem e constroem a espeleobiologia brasileira.

Acima, da esquerda para a direita: Mariana Timo, Maria Elina Bichuette, Jéssica Gallo. Abaixo: Lígia Dornellas, Eleciania Tavares e Tereza Raquel.

Passaram por este evento mulheres de quase todas as regiões do país.

Todas elas cientistas, presentes em diferentes frentes de atuação da espeleologia.

Mas, ainda assim, existem muitas outras mulheres na espeleologia para compartilharem seus trabalhos e trajetórias. Não só em áreas científicas, mas esportivas, educacionais, culturais, turísticas, e tantas outras que envolvem a espeleologia.

Isso demonstra o quanto é importante a existência deste espaço, de troca de conhecimento entre a atuação de mulheres, e deixa o gostinho de “quero mais”!

Importante agradecer aos parceiros deste evento: a Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE), pelo apoio na transmissão do evento; Fred Lott (OE), que autorizou o uso de uma de suas fotografias da Lapa Vermelha; e a Espeleonordeste, que doou alguns exemplares do livro “Jandaíra: Cavernas e Histórias Potiguares”, sorteados ao final da programação dos eventos.

A realização deste evento foi possível a partir de um esforço coletivo, entre instituições e atores da espeleologia brasileira, provando que juntos somos mais fortes e vamos mais longe!